segunda-feira, 27 de abril de 2009

Poema-práxis

I) A poesia é sutil persistir da palavra
insuspensa como deriva condicionada.

II) O som é dissuasão sublime do sentido
e o sentido que há é a leitura labial de um bocejo.

III) A música é desistir voluntariamente da imagem,
como a tempestade é dar seqüência lógica à dissonânica.

IV) A composição pressupõe fragmentos
e pode ser que não tenhamos nada em comum.

V) A intenção é apenas um veículo,
embora eu também não seja intenção.

VI) Os versos não se encaminham para baixo;
eles também não vão para lugar nenhum.

VII) O fascínio que exerce o fim é apenas outra feição da liberdade.