terça-feira, 29 de setembro de 2009

Me vou banhar vestido em verso
varandas da vontade,
vendar a lua gar algum.

Como extremista da noite,
me vão fechar os olhos
tramando escuro com o tempo e todo
todos antecipados rabiscos na retina alguma.

Na posição ambígua dos princípios
eu devo por diferentes direções,
paixões passivamente,
caminhos excessivamente nenhum.

Gastos nas quinas do pretexto,
ilumina-se estreito e somos par,
sem mais nem menos.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Escadaria própria

No batismo do nevoeiro é que se existe à capela
contato contanto
as mãos lidas pelo avesso,
a alma de perfil nos olhos,
mais que ambos.

Ainda por cima de si,
a paisagem-prateleira,
vitrinistas do plausível
eu conspiro com o silêncio nas horas vagas,
por entre...
a cristaleira abstrata em que somos líquido contra a luz e.

Descamisadamente existindo,
quase entregue,
sermente,
nós dois, nem que,
por mais.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Cangarço

Eis diante patas
quem pode ser impôs
Dorme, o destino empata
ou imparprério, pois?

Ais tão, a terra em transe
tenta donar de tudo
teu a gente sem chance
e chega, jaz e já de medo
e mudo se aparvora.

Se vinga a vida é vaza
o Senhor sem não sermão
que a língua em si faz casa
e dito é dado, e deu, é Deus no aluvião.

domingo, 13 de setembro de 2009

um cortejo gratuito nas intenções, mesmo que de pontacabeça

Tem-se dito que o nome é um cognato de personalidade
não-grata e vice-versa para quem-o-quê?
e qualquer um.

A regra se tem se diz observada no enquadramento perfeito
onde reina,
quando não se conhecem os limites.
E se impõe o infinito.

(Enquanto a morte em ato reflexo resulta na experiência do arrepio,
transladado mecânica sutil nas sombras)

- um flerte gratuito por entre intenções

Que os olhos dêem de costas para o rosto,
não é mera coincidência.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Revolução violeta

meus truques se desmancham nos teus ouvidos
e vindos do que há mais do que o que foi dito,
deito tecido atrás desleixo reflito
minha vontade se absolve no teu vestido

e visto violeta, lenta, a paz no avesso
demais cúmplice cor, o branco caído
baixo sentimento e surdina partido
tomado o bordão às bordas adereço

adentro a lágrima, a flor em face, em falso
fundo eu firo e posso eu rarefeito aflito
consolo o gesto do teu rosto descalço

e chora e chove o sudário da tua face
em pele menos o arrepio que omito
a sacradança expressão do teu disfarce

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Absolutamente cortinas

Eu quero ser sofisticadamente exorcizado em todos os refrões,
quer a saber, as superstições são cotidiano por colorir-nos tarde.

Me teima de raspão pé ante pé da cama o cobertor que me escapa,
e me tira fino os ombros o peso de acordar, mal-equilibrado para frente.

Volta a fazer calor de intervalo entre a fome e sentir,
se já lá emprego meu ócio sentimental em neologismos
e não sei aonde.

Quais de que gritos obliterei o frio,
talvez tenha atropelado minha sede por cedo demais,
mas não sabia.

Em descabelado sensações,
a ritualística da manhã me teve narrado o acaso,
porque a verdadeira vida é a que se sente de improviso.