quarta-feira, 29 de julho de 2009

Novembro (mês e meio)

Espere-me menos álibi do que agora
Manejo a precisão como desmando litúrgica mania de silêncio
e é só.
Estamos quites, eu-recíproco, esperdoado.

Estou em aberto para que se deu e reveio, vez de quando
o invejo vizinhança paro mar.

Cai-me de colo relembrança,
em braço, enlaço de pranto,
me parto, me tanto.
Sobreacordo trajado outro,
figurado cor na tua predileção
pairando perfume por não-sei-que notas
- dissolvido verde por não-sei-o-quê.

E meio.

Dá-se por descansada, outra ferida,
e tresfinjo malha pelo frio, imaginado.
Confundo mais com brisa, o ar ainda pouco viscoso para música;
a chuva impropério pra molhar.

Permeio.

Retoco-te a exageros, descanso
sigo descorrendo sobre-me,
arrimo repetindo.
Sou canhoto com a alma e
destro por interesse.

sábado, 25 de julho de 2009

A caneta me indaga mais ser poeta do que meio
intervalo, vírgula e tapete, puxado.
Sem tinta, não há traço algum.

Resvalei sensações e ridículo e repito rapto.

Os símbolos se desiludiram frágil, frio e pedem assentir porque
o ar revigorado de um motivo insistido e não me polpa forçar outro paralelismo entre ser e selvagem.

Disponho um precipício sob o tapete
e o acidente se reclama pompa,
é portanto e possível, armadilha.
Sintam-se à vontade para festejar a indução, mas não me venham com exceções.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Passeio no escuro o prazer do difícil
Incêndio, é claro, ponteio do ofício
'Té incensa de luz - saboreio ser tudo
Licença sou, será?, certeiro um intruso.

Convida-me um breu, branco e me dissolvo
Te confundo cor no castiçal, revolvo
Meia volta de mim, eu que o diga
Que te alcanço mesmo estando refletida.

Irreflito pois tudo há apesar
A cicatriz é ato reflexo do dia
E o que pede o escuro é poder adiar.

Há dias, e já que mesmo a luz esfria,
Sintoma da noite, posso perguntar:
Que mal há em ceder a uma alegoria?

terça-feira, 7 de julho de 2009

À noite em meio

Tempestades me excitam como se o céu me trovejasse por dentro
e a meia-luz me confina íntima, consumada de mim.

Deixada a cor me arrepia carícia calada,
e me deixo percorrer por qualquer sombra
Exagero um halo lampejado da boca, tanta
tremo sóbria de facilidade,
porque as sugestões são as formas mais delicadas de controle.

Me descarrego estática por fora do êxtase, atenta,
tudo me perfaz como um detalhe e me deixo silhueta.
Rarefaço sentindo plena e a chuva me percute a borda da pele
em extremidades que afundam sobras de vida como o corpo ainda estranha um vazio figurado
Dissipo a nudez para me despir de nada
E me deito fiel ao tato, quando todo dia claro me apavora.