Dos desejos que se me ofereceram,
optei pelos mais vulgares
porque primeiro é preciso crer nas coincidências e estrelas cadentes.
Pratiquei o esquecimento como forma de desapego,
pintei da memória paredes, em sua maior parte, brancas,
julguei pertinente sofrer e
ensaiei rigorosamente a morte por todas as minhas noites de sono.
Para que todos os dias pudessem passar,
foi-me preciso supor dificuldades em passarem-se
e
imaginar que o aprendizado faz do passado uma mentira
e do futuro uma certeza.
E como todos os que desejam são afeitos ao impossível,
a pretensão de sentido me suscitou uma predileção inconfessa pelo absurdo.
quarta-feira, 9 de maio de 2012
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