segunda-feira, 29 de junho de 2009

Seduzi-me para todos os efeitos colateralmente ensaiado comigo.
Ando. Grande coisa.
Emparelho, desponto, calculado desaponto pelo sempre.
A dose de identidade com a parede não está em ser branca;
existe no contraponto da janela emperrada. Puxo por o favor, que o tudo está trancado.

(Ô de casa?)

Transições espontâneas são certamente melhores do que dietas,
o desde prolonga recomendas - ser direto, porque é nosso direito.
Mas não vem ao acaso, é nada.

De logo logo deixo o princípio mareado como quem cambaleia concluir porque.
Como quem sabe?

Apeio do inexorável. Xote derradeiro.
Congrego do apelo orgânico da iminência,
cego clarividente, abdico de déjà. Sigo.

Dessinto, artificial. Disto, mas não disto,
meio-a-meio com a coordenada da alma e o contrato do inferno,
nos perdemos em contato, manifesto de me.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Samsara

A noite é adocicada de ruas vazias,
de feito velas que irrigam a cidade de acontecer
- de se incendeiam fatos, o céu troveja como quem cospe.
Desencadeado...

Descarrilho-me como a quem foge o destino por inépcia.
Sou séptico à possibilidade como anteontem e desde amanhã.

Os vultos vulgarizam-se transeuntes,
perfilados automaticamente diante do fio da meada;
todos se espreitam como se suspeitassem encontrar.

Saiba que o Sul é um fator que raramente consta em devaneios:
derive a contabilidade da providência divina.

A luz preambula poste após poste a pés as esquinas.
Toda paralela é uma distância andável do infinito.
Os cruzamentos perambulam motivos urbanos para dilemas nos retornos;
irresoluções cotidianas como metáforas pouco-familiares
- que se contornam como quem segue reto por princípio.
Os sinais soturnos infectam a opção por se poder transgredir em benefício.
Corra como quem peca por avidez e reze contrições em trânsito.
Os prédios vergastam silhueta em azul, como se supusessem limites no detalhe.

Envergo de espetáculo diante de aplausos de chuva...
Invejo estar molhado através do vidro.

Suplico por um abraço que só uma estátua me pôde dar.

O vento viceja avenidas - venha por esforço velejar no atrito,
caia por terra no átrio de Gaia,
mas precaveja-se com uma pá.

O bordado citadino dos edifícios pode ser edificante numa civilização de gala,
mas não se esqueça de se queixar dos costumes.

Convide a cidade para jantar à luz de velas, mas esteja lá à hora marcada.

domingo, 7 de junho de 2009

Em flor

Perpetro da tua pele uma simbologia de pétala
- nada me impede
de tatuar-te de palavras.
Sopro feito arrepio aspergido sobre teu vasto,
desabrochada de intenção, arrependida, de repente.
Visto o disfarce do impossível, porque tudo pode ser,
e podemos: seja.
Rascunho das tuas veias uma linguagem intuída de decifrar-te nua
e aguço-te o tato com o toque intermitente de sussurros.
Insinuo os pecados como formas de redenção,
consinto render, deploro o perdão.

Insista no erro porque a justiça é uma forma arbitrária
de compensação do desejo, nunca me sinta reparado.
Note que os absurdos vêm à tona conforme os olhos vêem
Cale a veêmencia dos contrários como quem silencia uma criança
E deixe-se devoluta, mas se faça perder por um propósito.