sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

vou contar até 3

a noite claro caro quase escuro como encaro meu rosto entreposto atraso e azo de esquecer
o tempo me saliva na boca,
o deserto me sopra nos sonhos,
a alma me coça nos olhos
o tempo-cócega é imaginar uma ampulheta como jacuzzi

Quaresma ou quase

É na tua ausência de silhueta que teu semblante é todo,
certeza espalhada orvalho,
voz difusa de vez eterna.

É no jejum voluntário que me tateias por dentro,
no toque-de-recolher do espelho que és imagem,
na miragem que és acalanto,
e no abraço que és paisagem.

É no teu limite que recomeças,
nos teus elos que te partes,
e entre as tuas partes que és termo.