sou teu à queima-roupa da pele,
invariavelmente figurante do teu toque,
palpite das tuas mãos
sou tido desapego no teu brinco avulso
e te teimo colecionar de olho fechado,
sombra e alma fresca
sou tudo pompa no teu desleixo,
destinatário do acaso nas meras coincidências
sou atado nenhum de nós na ventania,
untado discordância em silêncios compatíveis
sou despencado três andares da existência para cair aos teus pés,
mas são teus lábios é que não querem seguir
sou desbotado cor no teu azul, séu qualquer
pausa
(está ali tanta, evidente de ser quem é)
repouso pedestre do teu sonho, quando acordo
a chuva é a verdade favorita das minhas manhãs possíveis
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
domingo, 18 de outubro de 2009
Saara tropical
Me tem a poesia por soluço íntimo
E um poema é pouco mais que um copo d'água.
Se a sede me calha um susto, cai-se e eu rimo,
Se o riso falha, faz-se um pouco de mágoa.
Me tenho poeta por soluço inteiro
Estou-me pra dentro, garganta pra fora.
Dos gestos de querer, a poesia é o primeiro
praticamente não sei o quê agora.
Me ignora a vida poeta por inércia
do destino ou por teimosia verbal.
Malabares do mundo, mal sei o quê
Me inundo de tudo - tapetes da pérsia,
pios, rios e janeiros de areal:
qualquer palavra que me dê de beber...
E um poema é pouco mais que um copo d'água.
Se a sede me calha um susto, cai-se e eu rimo,
Se o riso falha, faz-se um pouco de mágoa.
Me tenho poeta por soluço inteiro
Estou-me pra dentro, garganta pra fora.
Dos gestos de querer, a poesia é o primeiro
praticamente não sei o quê agora.
Me ignora a vida poeta por inércia
do destino ou por teimosia verbal.
Malabares do mundo, mal sei o quê
Me inundo de tudo - tapetes da pérsia,
pios, rios e janeiros de areal:
qualquer palavra que me dê de beber...
domingo, 4 de outubro de 2009
Assinar:
Postagens (Atom)