Rogo, diga que não me queres;
Que, de em tudo o que me feriu,
Propositadamente feres.
Tanto se fechou, pouco Abril,
Que abriu-se; dê-me a certeza
De que em cada delito feito,
Em que me mataste em tristeza,
Me quiseste morto no peito.
Sussurra-me, então, tão segura
De que desta palavra dura,
Deseja somente ser não;
Diga-me que tudo foi vão,
Que nada quiseste assim,
Que teu medo foi dizer sim.
Diga-me, que ainda está acesa,
Pra não se estar ao escuro afeito,
E que a esperança não está presa
A cair-se de um parapeito,
E que à vertigem não caiu.
Diga-me, que a dor que me impeles,
Que a doer-se, não se viu.
Rogo-te, diga que me queres.
domingo, 29 de junho de 2008
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