domingo, 21 de dezembro de 2008

Constância

Conviver no que há um momento em que se entende o tempo
como ter-se transcorrido,
quando coincidências absurdas convêm
ao acaso tão naturalmente,
postas como superficiais
nas tuas mãos rudemente partícipes de metáforas,
artífices íngremes contra o vidro vazado,
verdes
ásperas de implausíveis mas tão confortavelmente presentes.

A constância dos repentes...
surpreender-se pelo conhecido,
transitar indiferente pelo desconhecido
no íntimo detalhe palpável de ter-se tocado,
em que é estranho da memória o haver sido
Do afeto vulgar do tato,
Como se expiar a vontade pecado a tornasse pura,
so(m)bras desamparos em formas frias de carinho,
porque não há dor mais sublime do que ser amado tão impessoal.

É como o assédio ingênuo
transpõe o abuso numa forma de ridículo
comiserável

4 comentários:

fabiana disse...

vários bons momentos... gosto do olhar externo, de observador, como através do vidro... a dor fica ampliada.

fabiana disse...

Pedro, não te vi, mas gostaria: Feliz Natal!

João Medeiros disse...

a inspiração do tardelli não fez por menos

fabiana disse...

é uma poesia tão sentida, e tão bonita, que ao mesmo tempo eu queria tê-la escrito e que tivesse sido escrita pra mim.