segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Sobre valises (pontapoema)

I) Que o vento faça a curva diante de mim,
posso não ser soberano de lugar nenhum.

II) Que ache minhas divergências com a simetria,
sei que a tangente nunca é a saída.

III) Seja sempre teatral com a familiaridade,
pois que a intimidade com a redundância não é exclusividade dos objetos.

IV) Acaricie obstáculos como se coçam as sombracelhas.

V) Leia meus lábios;
minhas palavras estão na lapela errada.

2 comentários:

João Medeiros disse...

Leia meus lábios:

(não dá pra resistir a tentação de parafrasear esses versos)

Carolina disse...

tentador.