quarta-feira, 21 de outubro de 2009

tudo (culto do êxtase)

sou teu à queima-roupa da pele,
invariavelmente figurante do teu toque,
palpite das tuas mãos

sou tido desapego no teu brinco avulso
e te teimo colecionar de olho fechado,
sombra e alma fresca

sou tudo pompa no teu desleixo,
destinatário do acaso nas meras coincidências

sou atado nenhum de nós na ventania,
untado discordância em silêncios compatíveis

sou despencado três andares da existência para cair aos teus pés,
mas são teus lábios é que não querem seguir

sou desbotado cor no teu azul, séu qualquer
pausa

(está ali tanta, evidente de ser quem é)

repouso pedestre do teu sonho, quando acordo
a chuva é a verdade favorita das minhas manhãs possíveis

4 comentários:

João Medeiros disse...

é mermao....
acho q estou sem palavras; mas pelo menos as tuas vou guardar comigo pra sempre

João Manoel Nonato disse...

O final é de beleza única...
(o comentário acima também ficou bonito... pobre de mim, eu que não sei comentar!)

Unknown disse...

e esse séu hein? =)

Pedro Braga Soares disse...

é licença poética, seu com céu.