segunda-feira, 14 de junho de 2010

Azáfama

A luz quando engasga nas persianas é poesia de fresta,
o amanhecer, sombras em festa,
o que foi
pelo sim,
pelo chão.
O tapete, talvez.

Sobressalto sujo,
serpenteio restos de rei do rodapé,
soberano dos rótulos arrancados
e das embalagens vazias.
Destoo na sala de estar,
porque estou aqui
- embrulhado marulho na varanda,
embalado vai-e-vem no ir e vir.

Corredor escorrido pelos dedos,
esganiçado súplicas-de-parede
o ouro branco de aluvião do lençol
é quase o poema que eu tinha pra escrever.

2 comentários:

João Medeiros disse...

isso é perder a prática que nem o julian bream não tem técnica

João Manoel Nonato disse...

Putz, esse ficou muito demais mesmo.