domingo, 30 de agosto de 2009

O acaso mal-dosado (lotérica)

Desponta a dianteira do acaso nas marés em que te tanjo verso de perfil.
Empata a competência dos distantes perdidos com desencontros,
E persigo na curva das causas um esbarro sem porquê, um amuleto de sorte nas segundas-feiras para se lembrar.

A sorte me reclama religiosamente oportunidades perdidas, e aqui se vai mais uma, última de vez, quem sabe?
Eu, coadjuvante do destino próprio, me posso discordar integralmente de e o faço.
Me desprecipito do azar em prazer-a-prazo, porque penso parece que ainda me posso pagar.

A este poema cabe uma dedicatória sutil, um anônimo-talvez, que mais se empalidece de você, quem pode dizer?
Teu nome recobre-se poesia de solslaio, porque todo vocativo de poeta é outra forma de afastar.
E peço desculpas se não há desculpa melhor para se simplesmente ter medo.
Enumero tentativas como se sucedem os versos e o sucesso menos que preterido é pretenso.
Querida, eu escrevo como quem joga dados.

2 comentários:

Carolina disse...

Passou-me uma certa tensão e, em partes, agressividade. Pôs-me a pensar.

João Medeiros disse...

tá mais pra uma over-dose