terça-feira, 8 de dezembro de 2009

eu sou uma fuga a duas vozes

tenho tido suspeitas do lençol.
"você alude a tudo", e você retruca
não basta, bobagem, não é o bastante
bastantes braços
brincos e buquês, porquês sem mais mais mais

nunca mais;

tenho sido refém das minhas camisas,
a textura cor não sei não
fui andar nu numa esplanada inventada,
e lá vem você nuvem falciforme e tempestade
tarde, sem piquenique.

fui vítima da gravidade quando pulei da janela,
mas eis que te encontro no chão.

já pedi por favor,
saia do poema.
vou contar até três.

2 comentários:

João Medeiros disse...

algumas pessoas compões fugas, já outras...

João Manoel Nonato disse...

a gravidade é a arte do desencontro, embora haja tanto encontro pela gravidade